Para quem vive de futuro, a Black Friday é agora. Enquanto muitas marcas estão às voltas com o planejamento, outras até começaram seus esforços com lives ou ações pontuais. Também pudera. A mãe de todas as promos segue sendo a data mais importante do varejo.
Uma Black para não deixar o Brasil no vermelho.
Só no e-commerce, um levantamento feito pela Neotrust com a Clearsale apontou que o faturamento da Black Friday em 2023 chegou a R$ 5,23 bilhões, representando quase 80% das vendas. Apesar do número total de pedidos ter caído, o ticket médio subiu 1,7% em comparação com 2022, ficando num valor médio de R$ 636,66.
E esse valor faz ainda mais sentido quando olhamos as categorias que se destacaram entre as muitas promoções da época. Foi disparado o ano dos eletrodomésticos e móveis, mas moda e acessórios também seguem ganhando destaque desde o pós-pandemia.
Quem satura não fatura
Mesmo com números positivos, a época de Black Friday é caos e correria para qualquer marca. O aumento da concorrência e o surgimento de novas tecnologias jogam o sarrafo ainda mais para cima.
Entre os vários desafios, destacam-se um uso mais inteligente dos dados para entender e se planejar para seu público, a adoção de tecnologias tanto para evitar fraudes quanto para ofertar uma experiência personalizada e, por fim, se diferenciar de outros players.
E a maior regra para isso é exatamente não seguir regra nenhuma. Por isso, trouxemos 4 cases que vão além do tradicional, unindo inovação e criatividade para fazer seu storyselling®.
Apertos de mãos que renderam um Grand Prix de Media no Cannes Lions em 2024. O case criado pela GUT SP driblou o espaço publicitário convencional para explorar toda a programação da Globo com QR Codes. A cada vez que um aperto de mão, tão proprietário para a marca, aparecia em cena, um cupom exclusivo era liberado para os telespectadores.
“Um marco de inovação e criatividade na maior Black Friday do Mercado Livre trouxe resultados impactantes e alinhados às estratégias de comunicação e de negócio. O aperto de mão, símbolo da marca, reforçou o DNA de Mercado Livre com seus diferentes públicos, resultando na maior distribuição de cupom e num alcance de 80 milhões de pessoas durante 45 dias de campanha, criando valor para o consumidor na data mais esperada do ano”, analisou o especialista da Bullet em estratégia e negócios para marcas, Arthur Serafim.
Muitos desses cupons, inclusive, a Bullet ajudou a colocar na rua, explorando formas diferentes de se comunicar com o consumidor em quase 40 inserções pela grade da emissora.
Uma promoção tão boa que pode ser encontrada em qualquer lugar. Qualquer lugar mesmo.
Também nessa linha de cases que desafiam os espaços tradicionais, o Burger King Equador foi pra rua com sua guerrilha Hack Friday. Criada pela BBA, a ideia consistia em se infiltrar na etiqueta dos produtos mais buscados durante a época de descontos.
Foram mais de 4 mil adesivos espalhados por 60 lojas de categorias variadas, o que levava o consumidor de sua comprinha direto para o BK mais próximo.
Um case para além das vendas
Um clássico que se torna extremamente relevante em meio à crise ambiental é o case Patagonia. A empresa prega o anticonsumo, mas segue crescendo de forma sustentável ano após ano.
Com o “Don’t Buy This Jacket”, a marca ocupou um anúncio de página inteira no The New York Times em plena Black Friday para dar a letra: não compre esta jaqueta. A mensagem pode não ter dado lá muito certo, já que as vendas aumentaram em uns 30% nos meses seguintes, mas o intuito dela, sim.
Além de provocar o público a se engajar na causa ambiental e consumir de forma mais consciente, também deixou claro seu propósito e construiu confiança.
A Samsung sabe o que você fez na Black passada. E usou isso para levar suas ofertas de um jeito novo para o consumidor. Com a agência MRM Brasil, a marca recuperou os carrinhos de compras “abandonados” no e-commerce da Samsung durante a Black Friday de anos anteriores e retomou essas vendas oferecendo o mesmo valor promocional, mas com produtos ainda mais recentes.
A campanha conquistou o Leão de Ouro na categoria Creative Commerce em Cannes e mostrou como até dados passados podem virar um insight valioso.
Apesar de atacar em frentes diferentes, o que esses cases têm em comum é um espírito questionador, que vai se utilizar sim das tecnologias emergentes, mas, para fazer diferente do status quo, provocar costurando um storyselling® que vai muito além do desconto pelo desconto.
E se você leu até aqui e ainda não começou o planejamento de sua Black Friday, já ficou para trás. Bora mudar isso? Então acompanhe as próximas edições do Promolikers para tirar seus próximos insights.